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terça-feira, 30 de maio de 2017
domingo, 21 de maio de 2017
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Chikungunya pode levar a danos irreversíveis nos olhos
Exames oftalmológicos feitos em pacientes que tiveram chikungunya revelaram lesões de diferentes graus (Foto: Hermelino de Oliveira Neto/Divulgação)
Chikungunya pode levar a
danos irreversíveis nos olhos, indica estudo
Pesquisadores fazem acompanhamento da saúde ocular de pessoas
que tiveram chikungunya em Feira de Santana, na Bahia. De 2015 para 2016, casos
de chikungunya aumentaram 606%
A característica mais marcante da chikungunya
são as fortes dores nas articulações, que podem
persistir por muito tempo depois da fase aguda da infecção. Lesões vasculares,
inchaço, perda de sensibilidade e até queda de cabelo são sequelas que já foram
identificadas na fase crônica da doença. Agora, pesquisadores brasileiros estão monitorando as complicações
oculares que o vírus transmitido pelo Aedes aegypti pode desencadear.
Resultados preliminares de um estudo conduzido em
Feira de Santana, na Bahia, indicam que mais
da metade dos pacientes com chikungunya avaliados apresentam alterações
oculares que levaram, em alguns casos, à perda parcial ou total da visão de
forma irreversível. Os dados foram apresentados em fevereiro no 40º
Simpósio Internacional de Oftalmologia Moacyr Álvaro (Simasp), em São Paulo.
O oftalmologista Hermelino de Oliveira Neto, professor
da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) está à frente do projeto,
feito em parceria entre a UEFS e pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) e da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
A literatura médica já apontava para a possibilidade
de a chikungunya afetar a saúde ocular. Um artigo de 2007 publicado na revista
“Clinical Sciences” descreveu casos de neurite
óptica, um tipo de inflamação do nervo óptico, em pacientes infectados pelo
vírus na Índia. Mas o número elevado de casos registrados no Nordeste do Brasil
permitiu fortalecer as evidências dessa associação.
Feira de Santana foi uma das primeiras cidades
brasileiras a registrar casos de chikungunya em 2014. Uma iniciativa da Fiocruz
e da UEFS passou a acompanhar pacientes com chikungunya na cidade para
verificar os efeitos de longo prazo da doença. A equipe de Hermelino passou a
fazer exames oftalmológicos nos pacientes que já eram acompanhados pelo
projeto. O atendimento oftalmológico se dá uma vez por mês e começou em
novembro. Até o momento, foram avaliados 87 olhos de 44 pacientes com exames
positivos para chikungunya.
Do
total de pacientes avaliados, 75% relatou queixas oculares, desde as mais
simples até as mais intensas, e 54% apresentou lesão nos olhos. Em 5% dos
pacientes, foi detectada uma lesão importante na retina e no nervo ótico que
levou a uma baixa de visão severa e irreversível.
“É
importante termos o conhecimento de que essa doença cega. Tenho uma
paciente que está cega por uma doença que poderia ser evitada”, diz Hermelino.
Para ele, os resultados reforçam a importância de se prevenir a proliferação da
doença e de estudar novas formas de intervenção que possam diminuir os riscos
de complicação na fase aguda da doença.
Até o momento, ainda não está claro como o vírus atua
para afetar a visão. Hermelino explica que existe uma suspeita de que o vírus
agrida os olhos diretamente. Outra suspeita é que se trata de um fenômeno
autoimune: que os anticorpos produzidos para combater o vírus levariam a um
processo inflamatório intenso que afetaria os olhos.
Alterações oculares por Chikungunya
Neurite óptica
Conjuntivite
Iridociclite
Episclerite
Retinite
Uveíte
Fonte: Por Mariana Lenharo, G1
11/03/2017 06h00 Atualizado
15/03/2017 14h14
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