Invenção desenvolvida
por start-up potiguar já é testada com sucesso e chega ao mercado ainda este
ano
A tecnologia anda
lado a lado com a oftalmologia, assim como o espírito de inovação também se faz
presente em alguns médicos da especialidade. Essa combinação já tem feito
diferença a favor de pacientes e profissionais da área.
O resultado mais recente é a criação de um dispositivo portátil para otimizar o uso de colírios em pessoas com diferentes necessidades de tratamento ocular.
A invenção foi criada pela start-up Ciência Ilustrada Studio, que funciona há três anos na INOVA Metrópole, incubadora de empresas de TI do Instituto Metrópole Digital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Da ideia à confecção do protótipo, foram apenas dois meses de trabalho, envolvendo uma equipe multidisciplinar. O primeiro modelo do produto, chamado EDM (Eye Drops Manager), já tem sido testado com sucesso e passará ainda por alguns melhoramentos industriais, para ser lançado no mercado neste primeiro semestre.
Especializada na criação e desenvolvimento de softwares e hardwares de baixo custo na área da saúde, a start-up potiguar inventora do aparelho é dirigida pelo oftalmologista Francisco Irochima, Doutor em Ciências da Saúde pela UFRN. Com pouco tempo de vida, a empresa já possui em seu portfólio lançamentos importantes, como um topógrafo ultraportátil para smartphone, um exame de urina também para celular, um teste de olhinho, um lensômetro e vários outros aplicativos. O primeiro produto, concebido para a prevenção da ceratocone (doença que pode levar à cegueira), rendeu até mesmo alguns prêmios de expressão nacional, como o do Banco Santander na categoria Ciência e Inovação.
“Agora, nossa expectativa é oferecer ao mercado um dispositivo que venha otimizar a utilização de colírios, solucionando o problema de esquecimento de aplicações do medicamento. Já sinalizamos uma parceria com a indústria para que o produto possa chegar com um baixo custo aos médicos, instituições hospitalares, clínicas e pacientes, seja fornecendo o aparelho pré-programado após procedimentos cirúrgicos, ou torná-lo disponível à venda em farmácias ou lojas do ramo”, projeta Irochima, que revela já estar em fase de registro de patente de um dispositivo semelhante para comprimidos.
Segundo ele, a novidade agregará benefícios indiscutíveis à eficácia médica. “O oftalmologista otimizará sua prescrição, terá um aliado no tratamento e um meio de checagem das recomendações. O paciente, por sua vez, ganhará um forte e importante aliado na obediência e adesão ao tratamento, o que se refletirá no resultado final”, afirma.
Os principais pacientes a se beneficiar do dispositivo serão os submetidos a cirurgias, como as de catarata, em que há a necessidade de utilizar vários colírios no pós-operatório. O EDM também auxiliará indivíduos que fazem uso de diferentes colírios por doenças crônicas, como glaucoma. Os idosos representam outra parcela significativa de potenciais beneficiários, já que em muitos casos eles sofrem com algum grau de prejuízo da memória recente. Com isso, não se lembram dos horários de aplicações dos colírios, pondo em risco a efetividade do tratamento.
O resultado mais recente é a criação de um dispositivo portátil para otimizar o uso de colírios em pessoas com diferentes necessidades de tratamento ocular.
A invenção foi criada pela start-up Ciência Ilustrada Studio, que funciona há três anos na INOVA Metrópole, incubadora de empresas de TI do Instituto Metrópole Digital, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Da ideia à confecção do protótipo, foram apenas dois meses de trabalho, envolvendo uma equipe multidisciplinar. O primeiro modelo do produto, chamado EDM (Eye Drops Manager), já tem sido testado com sucesso e passará ainda por alguns melhoramentos industriais, para ser lançado no mercado neste primeiro semestre.
Especializada na criação e desenvolvimento de softwares e hardwares de baixo custo na área da saúde, a start-up potiguar inventora do aparelho é dirigida pelo oftalmologista Francisco Irochima, Doutor em Ciências da Saúde pela UFRN. Com pouco tempo de vida, a empresa já possui em seu portfólio lançamentos importantes, como um topógrafo ultraportátil para smartphone, um exame de urina também para celular, um teste de olhinho, um lensômetro e vários outros aplicativos. O primeiro produto, concebido para a prevenção da ceratocone (doença que pode levar à cegueira), rendeu até mesmo alguns prêmios de expressão nacional, como o do Banco Santander na categoria Ciência e Inovação.
“Agora, nossa expectativa é oferecer ao mercado um dispositivo que venha otimizar a utilização de colírios, solucionando o problema de esquecimento de aplicações do medicamento. Já sinalizamos uma parceria com a indústria para que o produto possa chegar com um baixo custo aos médicos, instituições hospitalares, clínicas e pacientes, seja fornecendo o aparelho pré-programado após procedimentos cirúrgicos, ou torná-lo disponível à venda em farmácias ou lojas do ramo”, projeta Irochima, que revela já estar em fase de registro de patente de um dispositivo semelhante para comprimidos.
Segundo ele, a novidade agregará benefícios indiscutíveis à eficácia médica. “O oftalmologista otimizará sua prescrição, terá um aliado no tratamento e um meio de checagem das recomendações. O paciente, por sua vez, ganhará um forte e importante aliado na obediência e adesão ao tratamento, o que se refletirá no resultado final”, afirma.
Os principais pacientes a se beneficiar do dispositivo serão os submetidos a cirurgias, como as de catarata, em que há a necessidade de utilizar vários colírios no pós-operatório. O EDM também auxiliará indivíduos que fazem uso de diferentes colírios por doenças crônicas, como glaucoma. Os idosos representam outra parcela significativa de potenciais beneficiários, já que em muitos casos eles sofrem com algum grau de prejuízo da memória recente. Com isso, não se lembram dos horários de aplicações dos colírios, pondo em risco a efetividade do tratamento.
Inspiração
paterna
O invento foi, por sinal, inspirado no pai de Irochima, o sr. João Batista Pinheiro, de 76 anos. Não por acaso, o paciente septuagenário é o primeiro usuário-teste do produto. Ele tem glaucoma e precisa usar três colírios com cinco aplicações diárias, em horários distintos. Além disso, necessita tomar muitos comprimidos todos os dias, em variados horários.
Em meio à rotina minuciosa de medicações, a aplicação eficaz dos colírios poderia ser comprometida por esquecimento, fato que ocorria de forma frequente até pelos seus cuidadores. “Meu avô, o pai dele, morreu cego por glaucoma. Assim, diante da dificuldade de lembrar-se do uso correto de cada medicamento, inventei o dispositivo”, conta o oftalmologista.
João Batista faz uso de uma versão demo do aparelho, há mais de um mês. “Já conseguimos ver os resultados, tanto na redução da ansiedade em se lembrar do horário para usar o colírio, como na facilitação do trabalho do cuidador”, observa o filho inventor. “Trouxe segurança na certeza de que o tratamento tem sido realizado de forma perfeita”, completa.
O dispositivo é programado e não há necessidade de mais nada. Basta aguardar levantar o colírio do horário marcado, escutar o sinal sonoro e luminoso, além da indicação do olho que receberá a aplicação. “Realmente, facilitou em muito minha vida e a do meu cuidador, pois não precisamos mais saber qual colírio a ser aplicado. O próprio aparelho apresenta o correto”, aprova João, que também se diz inventor em mecânica e hidráulica. “Fico feliz ao ver que meu filho-pupilo aprendeu bem, mesmo em outra área”, comemora.
O invento foi, por sinal, inspirado no pai de Irochima, o sr. João Batista Pinheiro, de 76 anos. Não por acaso, o paciente septuagenário é o primeiro usuário-teste do produto. Ele tem glaucoma e precisa usar três colírios com cinco aplicações diárias, em horários distintos. Além disso, necessita tomar muitos comprimidos todos os dias, em variados horários.
Em meio à rotina minuciosa de medicações, a aplicação eficaz dos colírios poderia ser comprometida por esquecimento, fato que ocorria de forma frequente até pelos seus cuidadores. “Meu avô, o pai dele, morreu cego por glaucoma. Assim, diante da dificuldade de lembrar-se do uso correto de cada medicamento, inventei o dispositivo”, conta o oftalmologista.
João Batista faz uso de uma versão demo do aparelho, há mais de um mês. “Já conseguimos ver os resultados, tanto na redução da ansiedade em se lembrar do horário para usar o colírio, como na facilitação do trabalho do cuidador”, observa o filho inventor. “Trouxe segurança na certeza de que o tratamento tem sido realizado de forma perfeita”, completa.
O dispositivo é programado e não há necessidade de mais nada. Basta aguardar levantar o colírio do horário marcado, escutar o sinal sonoro e luminoso, além da indicação do olho que receberá a aplicação. “Realmente, facilitou em muito minha vida e a do meu cuidador, pois não precisamos mais saber qual colírio a ser aplicado. O próprio aparelho apresenta o correto”, aprova João, que também se diz inventor em mecânica e hidráulica. “Fico feliz ao ver que meu filho-pupilo aprendeu bem, mesmo em outra área”, comemora.
Fácil usabilidade
Sem ser sofisticado, para não encarecer o custo, embora possua componentes tecnológicos como sensores, arduínos (placas de automação) e servos (motor), o aparelho autoprogramado funciona de forma prática e móvel.
O médico, enfermeiro, auxiliar ou o próprio paciente seleciona, por meio de um miniteclado, os colírios a serem utilizados, de acordo com seu horário de uso e olho a ser aplicado. Há até a opção de modo noturno, caso seja preciso acordar no meio da noite para aplicá-lo.
Conforme a necessidade do usuário, de um até três colírios devem ser colocados nas aberturas presentes no topo do aparelho. O uso de cada um independe do outro, mas, se houver coincidência de horários, o aparelho cria um intervalo apropriado para as aplicações.
Ao chegar a hora de utilizar um dos colírios, o dispositivo expõe o frasco que se encontrava em seu interior, emite um sinal sonoro de aviso, um luminoso e pode ainda enviar uma mensagem para o celular do paciente. Além disso, o paciente observa em uma tela orientações de uso, como, por exemplo: “Moxifloxacino Colírio – Aplicar uma gota no olho direito”. Ao remover o frasco exposto para aplicação, sensores detectam sua retirada – e a plataforma é baixada para receber novamente o mesmo frasco após a aplicação. Caso o paciente não efetue a aplicação, os alertas serão repetidos em intervalos predeterminados.
Para funcionar, o aparelho pode ser alimentado com corrente elétrica ou baterias, o que permite sua mobilidade para outros lugares. Fora isso, é possível verificar se o paciente utilizou os colírios como recomendado, por meio de um check list de uso impresso para o médico. Caso também deseje, dá para selecionar e ter acesso a toda prescrição, por meio da tela do aparelho.
A inovação contribui cada vez mais com a oftalmologia. E ela pode ser simples e de baixo custo para resolver grandes problemas na área da saúde. “Basta sermos criativos e ter uma equipe multidisciplinar de trabalho para desenvolver soluções”, receita Irochima.
Sem ser sofisticado, para não encarecer o custo, embora possua componentes tecnológicos como sensores, arduínos (placas de automação) e servos (motor), o aparelho autoprogramado funciona de forma prática e móvel.
O médico, enfermeiro, auxiliar ou o próprio paciente seleciona, por meio de um miniteclado, os colírios a serem utilizados, de acordo com seu horário de uso e olho a ser aplicado. Há até a opção de modo noturno, caso seja preciso acordar no meio da noite para aplicá-lo.
Conforme a necessidade do usuário, de um até três colírios devem ser colocados nas aberturas presentes no topo do aparelho. O uso de cada um independe do outro, mas, se houver coincidência de horários, o aparelho cria um intervalo apropriado para as aplicações.
Ao chegar a hora de utilizar um dos colírios, o dispositivo expõe o frasco que se encontrava em seu interior, emite um sinal sonoro de aviso, um luminoso e pode ainda enviar uma mensagem para o celular do paciente. Além disso, o paciente observa em uma tela orientações de uso, como, por exemplo: “Moxifloxacino Colírio – Aplicar uma gota no olho direito”. Ao remover o frasco exposto para aplicação, sensores detectam sua retirada – e a plataforma é baixada para receber novamente o mesmo frasco após a aplicação. Caso o paciente não efetue a aplicação, os alertas serão repetidos em intervalos predeterminados.
Para funcionar, o aparelho pode ser alimentado com corrente elétrica ou baterias, o que permite sua mobilidade para outros lugares. Fora isso, é possível verificar se o paciente utilizou os colírios como recomendado, por meio de um check list de uso impresso para o médico. Caso também deseje, dá para selecionar e ter acesso a toda prescrição, por meio da tela do aparelho.
A inovação contribui cada vez mais com a oftalmologia. E ela pode ser simples e de baixo custo para resolver grandes problemas na área da saúde. “Basta sermos criativos e ter uma equipe multidisciplinar de trabalho para desenvolver soluções”, receita Irochima.