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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Entendendo acuidade visual e visão 20/20

Acuidade visual, ou simplesmente a sigla AV, é a aptidão do olho para distinguir os detalhes espaciais. Em outras palavras, é a capacidade de identificar a forma e o contorno dos objetos. Várias doenças podem causar baixo nível de visão, como a Doença de Stargardt, que utilizaremos neste post como exemplo.
 Pessoas com, por exemplo, Miopias, que ao utilizar óculos ou lentes de contato veem nitidamente, NÃO TÊM BAIXA VISÃO. A baixa acuidade visual ocorre quando o nível de visão, mesmo com a melhor correção óptica permanece inferior ao considerado “normal”.
A acuidade visual pode ser medida mostrando-se objetos de tamanhos diferentes ao paciente e que se encontram a uma mesma distância do olho. A forma mais correta para medir a acuidade é no consultório oftalmológico, e utiliza-se, normalmente, a “Tabela de Snellen”. A tabela contém uma série progressiva de fileiras de letras. O teste, então, consiste em ler essas linhas de letras que vão diminuindo sucessivamente. A avaliação é realizada com a tabela posicionada a uma distância padrão da pessoa a ser testada. Cada linha da tabela corresponde a uma fração, que representa uma acuidade visual. E cada olho deve ser testado separadamente.
Imagem: Tabela de Snellen
A acuidade aparece, assim, marcada por dois números, em forma de fração, como por exemplo, 20/100. O primeiro número é a distância entre o quadro e o paciente e o segundo representa a fileira das menores letras que o paciente consegue ler. Cada fileira da Tabela de Snellen contém um número que corresponde à distância na qual um olho “normal” consegue ler as letras desta fileira. Por exemplo, as letras da fileira “100” podem ser lidas por um vidente total à distância de 100 metros. Isso significa que um paciente com acuidade de 20/100 consegue ler à distância de 20 metros o que uma pessoa com acuidade visual total é capaz de ler à distância de 100 metros, lembrando que a visão 20/20  é a considerada normal.
Para um melhor entendimento, parece interessante comparar diferentes níveis de visão com o considerado total. Para tanto, deve-se ter em mente que as pessoas são capazes de ver o mesmo objeto a distâncias distintas. Observe:
Comparando a Acuidade 20/100 com a Acuidade total
Em primeiro lugar, deve-se reduzir a fração, dividindo o numerador e o denominador por 20:
20/100÷20/20=1/5
Isso significa que o que um vidente total vê a 5 metros de distância, quem tem AV=20/100 vê a 1 metro de distância.
Comparando a Acuidade 20/200 com a Acuidade total
Reduzindo a fração:
20/200÷20/20=1/10
Isso significa que o que um vidente total vê a 10 metros de distância, quem tem AV=20/200 vê a 1 metro de distância.
Comparando a Acuidade 20/400 com a Acuidade total
Reduzindo a fração:
20/400÷20/20=1/20
Isso significa que o que um vidente total vê a 20 metros de distância, quem tem AV=20/400 vê a 1 metro de distância.
Comparando a Acuidade 20/800 com a Acuidade total
Reduzindo a fração:
20/800÷20/20=1/40
Isso significa que o que um vidente total vê a 40 metros de distância, quem tem AV=20/800 vê a 1 metro de distância.
Outra maneira para comparar é pensar que: o que um vidente total consegue enxergar a 20 metros de distância, uma pessoa com AV=20/100, vê a 4 metros, outra de AV=20/200 vê a 2 metros, a de acuidade AV=20/400vê a 1 metro e, finalmente, quem tem acuidade AV=20/800  enxerga a meio metro de distância.






I



Imagem: Tabela Formas de Escrita










A Tabela de Snellen é o método mais comum para testar a acuidade visual, no entanto, quando o paciente não é familiarizado com o alfabeto utilizam-se outras tabelas. Como a tabela de numerais ou a Tabela Optotipos, aconselhada para crianças pequenas. Nessa tabela a criança indica com as mãos a direção das barras da letra E.

Tabela de Numerais



Imagem: Tabela de Optotipos
Parece interessante observar também que quando a acuidade é muito baixa, e o paciente não consegue ler nenhuma das fileiras da Tabela de Snellen, recorre-se a outros métodos. Verifica-se, se o paciente identifica a quantidade de dedos, por exemplo, “CD a 1m” indica que a pessoa consegue ver a quantidade de dedos a 1 metro de distância. Se isso não for possível, observa-se a capacidade do paciente de ver os movimentos da mão (“MM” = movimentos da mão). Nos casos mais severos de perda visual, é avaliado se a pessoa identifica de onde vem a luz, “PL” ou projeção luminosa, e depois se o paciente percebe a luz, “PL” ou percepção luminosa.
Pacientes com Stargardt, contudo, podem perder também a visão periférica, que não é medida no teste de Snellen. Por esse motivo é importante realizar o exame de Campo Visual, ou Campimetria, é esse exame que consegue quantificar a área visível, medindo a perda do Campo Visual. No entanto, pacientes com Stargardt não devem descartar o teste da acuidade visual, ao contrário, é primordial imprimir-lhe suma importância, pois a perda de visão de detalhes é superior à perda de visão periférica. E é o teste de Snellen a melhor maneira para medira perda de visão central.
A acuidade visual, portanto, não é difícil, nem de ser entendida, nem de ser medida. O importante, para as pessoas com Stargardt ,é conhecer a própria acuidade, pois ela é, junto com os exames de fundo de olho, um recurso para acompanhar a progressão da doença.