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segunda-feira, 1 de abril de 2019

ABRIL MARROM CONTRA A CEGUEIRA

ABRIL MARROM: UM ALERTA PARA A PREVENÇÃO DE DOENÇAS QUE CAUSAM A CEGUEIRA

O mês de abril foi selecionado para, todos os anos, celebrar o mês de conscientização da população para a Prevenção da Cegueira – diagnóstico, tratamento precoce e reabilitação. E o chamamos de abril marrom. Esse nome vem se consolidando no calendário de temáticas de saúde para a conscientização sobre o problema. O ‘Abril Marrom’ é um alerta para a prevenção de doenças que causam cegueira.
A cegueira atinge, atualmente, cerca de 1,2 milhão de pessoas no Brasil. Cerca de 60% das doenças oculares que causam cegueiras são tratáveis. Se a pessoa tivesse chance de um diagnóstico e um tratamento precoce, ela poderia não estar cega. E também cerca de 85% da nossa comunicação com o mundo exterior se dá através dos olhos. Eles são um patrimônio muito precioso, mas não são tratados com a devida atenção. Isso precisa mudar.
Considerando que 80% dos casos de cegueira são evitáveis e/ou tratáveis, significa que quase 700 mil brasileiros cegos poderiam estar enxergando caso tivessem sido tratados a tempo. Essas ocorrências poderiam ser evitadas se a população consultasse um oftalmologista pelo menos uma vez ao ano.
As doenças caminham silenciosamente e as pessoas só procuram o médico quando já perderam parte da visão. Neste momento, o problema já está em estado avançado e os tratamentos nem sempre recuperam a visão. A população precisa ficar alerta e ter interesse em se cuidar. É preciso procurar o oftalmologista para fazer exames e detectar possíveis doenças. Diabéticos, crianças, adultos acima de 40 anos e idosos acima de 60 anos devem ter ainda maior atenção aos cuidados com a visão. Ter informações a respeito das doenças que podem levar à cegueira é o primeiro passo para a população adotar medidas preventivas.
Dentre algumas das doenças que podem levar à cegueira, algumas são bastante frequentes no cotidiano da população, mas bastante negligenciadas devido à falta de conhecimento sobre as suas consequências em longo prazo. As doenças mais comuns que podem causar cegueira são:
Doença caracterizada pela perda de transparência (opacidade) do cristalino (lente localizada atrás da íris), a catarata pode ser classificada como secundária ou senil. A catarata secundária pode estar relacionada a inúmeros fatores, tanto oculares quanto problemas sistêmicos; a catarata senil ocorre devido ao envelhecimento natural do cristalino. Segundo o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 85% das cataratas são classificadas como senis, com maior acometimento na população acima de 50 anos.
Por se tratar de uma doença progressiva, somente a facectomia, cirurgia de substituição do cristalino, gera resultados efetivos e definitivos para a recuperação da visão.
Ao notar qualquer sinal de embaçamento na visão, dificuldade para dirigir à noite por conta do brilho dos faróis, visão com feixes de luz e sensação de melhora da visão ao aproximar os objetos, com piora logo em seguida, é necessário buscar ajuda do oftalmologista.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a doença atinge mais de 15 milhões de brasileiros. Se não for tratada corretamente, pode interferir diretamente na função dos vasos sanguíneos que levam sangue e oxigênio para as células da retina, desencadeando a retinopatia diabética, com evolução para a cegueira.
Trata-se de uma doença assintomática no início. Porém, em estágio avançado, surgem alterações visuais súbitas e indolores. Para não ter de chegar a este estágio, é importante que os portadores de diabetes visitem regularmente o oftalmologista para realizar o mapeamento de retina, além de manter o diabetes sob controle.
O tratamento para retinopatia diabética, junto com o controle do diabetes, impede sua evolução, tornando o diagnóstico precoce fundamental para impedir a perda de visão. É composto por medicamentos ou procedimentos cirúrgicos. A terapia mais recente e inovadora no momento é a aplicação injetável intravítreo de dexametasona, recentemente incluída no ROL da ANS.
Essa doença desafia a medicina e é a principal causa de perda irreversível da visão. E isto se deve ao fato de o glaucoma ser silencioso. Quando surgem os primeiros sinais, o risco de o paciente ter importante perda da visão é iminente e definitivo.
Resumidamente, a doença surge quando o nervo óptico (uma espécie de fio telefônico com mais de um milhão de fibras) começa a apresentar danos. A informação deixa de percorrer de forma correta o trajeto entre o olho e o cérebro. De maneira gradual, lenta e imperceptível, surgem “pontos cegos”, que só serão percebidos depois de um dano considerável. Quando todo o nervo é destruído, ocorre a cegueira, que é caracterizada por danos no nervo ótico que podem levar à perda total de visão devido ao aumento da pressão intraocular (PIO). Como o nervo ótico é o responsável por levar as informações que vemos ao cérebro, qualquer dano nessa região pode interferir na qualidade da visão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que 1 a 2% da população acima de 40 anos é portadora de algum tipo de glaucoma, que causa cegueira irreversível.
Campanhas informativas como a do Abril Marrom são importantes para a promoção de conhecimento da população para que ela entenda a importância da consulta anual ao médico. A regularidade nas consultas é o modo de prevenção mais efetivo, bem como o compromisso com o tratamento quando uma doença é diagnosticada.

DEGENERAÇÃO MACULAR RELACIONADA A IDADE

É uma doença que acomete a área central da retina, chamada de mácula e que evolui com baixa de visão progressiva. É considerada uma das principais causas de cegueira em pessoas com mais de 50 anos de idade. Alguns depósitos chamados de drusas, que são causados por deficiência no metabolismo da retina, são visualizados a partir de exames de mapeamento de retina. Esses depósitos são indicativos do início da doença, sem necessariamente evoluir para sintomas visuais. Existem dois tipos de DMRI:
• DMRI seca ou atrófica é a forma mais comum e mais leve da doença, acometendo cerca de 90% dos casos. Neste caso, as drusas estão localizadas na região macular (área central da retina) e evoluem lentamente para atrofia levando à perda da visão. Não existe hoje nenhum tratamento específico para DMRI seca, sendo necessária reabilitação com auxílios ópticos para visão subnormal.
• DMRI úmida ou exsudativa é a forma mais grave da doença. Neste caso existe uma neovascularização, ou seja, a formação de novos vasos sanguíneos ruins, sob a retina, chamados de membrana neovascular subrretiniana e que leva a uma perda rápida e irreversível da visão. Para este quadro existem tratamentos com laser e injeção intravítrea que impedem a formação dos novos vasos sanguíneos.
Causas
A doença pode ser desencadeada por uma série de fatores genéticos, metabólicos e ambientais. A exposição excessiva à radiação solar está associada ao desenvolvimento da doença. Indivíduos de pele e íris mais clara, assim como tabagistas, estão mais vulneráveis à DMRI. Fatores genéticos e hereditários, bem como a idade do paciente, dieta rica em gorduras e doenças cardiovasculares , também estão relacionados às causas dessa patologia.
Sintomas
Os primeiros sintomas da doença são uma distorção na visão central, ou seja, somente o centro da imagem observada fica borrado. Com a evolução da doença, esse borramento passa a ser perda da visão central.
Prevenção
Pela gravidade e associação familiar da doença, exames oftalmológicos periódicos e avaliação de familiares se fazem muito importante. Outras medidas preventivas podem ser adotadas como uso de óculos com filtros adequados, evitar fumar e manter hábitos alimentares saudáveis.

Tratamentos
Variam de acordo com a forma de desenvolvimento da doença (atrófica ou exsudativa) e do estágio de evolução das lesões no fundo do olho. A abordagem vai desde a reeducação alimentar até procedimentos como injeção de medicações intraoculares ou aplicações de laser.
Exames
O exame para o diagnóstico e caracterização da DMRI mais adequado é a angiofluoresceinografia. Um outro exame, este não invasivo, é a tomografia de coerência óptica, mais conhecida por sua sigla OCT.
Cirurgias
Injeção intravítrea que impede a formação de novos vasos sanguíneos, e fotocoagulação a laser realizada em lesões que não estão no centro da mácula, a fóvea.