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sábado, 11 de julho de 2015

Cirurgia de Pterígio

CIRURGIA PARA TRATAR O PTERÍGIO


Quando o crescimento do pterígio sobre a córnea ultrapassa 2,5 mm, há distorção da curvatura corneana, com repercussão sobre o erro refracional. Se negligenciado, o pterígio pode, ocasionalmente, aumentar ainda mais, encobrindo parcial ou totalmente o eixo visual.

A indicação do oftalmologista pela realização da cirurgia é feita quando há ameaça real à visão ou se esta já se encontra comprometida. Uma vez decidida a remoção do pterígio, temos optado pela técnica cirúrgica que utiliza o transplante conjuntival, que abrange a exerese de pterígio e a reconstrução com transplante de conjuntiva. Esta técnica proporciona bons resultados estéticos e taxas de recidiva muito baixas. Técnicas mais antigas, como a técnica de esclera nua, conhecida como raspagem, geram taxas de recidiva elevadas, que, quando ocorrem, são motivo de grande contrariedade para o paciente.

A cirurgia que emprega o transplante conjuntival dura cerca de 40 minutos. A anestesia do olho é feita com colírio, podendo ser também tópica e local. Após a remocão do pterígio, é retirada a conjuntiva doadora do quadrante supero-temporal, que é suturada, no leito escleral. Os pontos são causa de irritação leve até sua remoção, ao final da primeira semana. O transplante assume um aspecto natural, em cerca de 15 dias.

Para diminuir a possibilidade de recidiva do pterígio foram associadas várias alternativas terapêuticas, que se mostraram eficazes, porém apresentando um potencial para complicações, como o uso de radiação ou drogas como a mitomicina, tiotepa e 5-fluoracil, que podem levar a afinamentos corneano e escleral, necrose escleral, perfurações, retardo de epitelização e ulcerações corneanas, retrações conjuntivais e, até mesmo, ao desenvolvimento da catarata.

Nem todos os casos de pterígio podem ser operados com transplante de conjuntiva. Quando existem dois pterígios no mesmo olho, um nasal e outro temporal, quando eles são muito extensos e não existem áreas doadoras de conjuntiva sã, quando existem simbléfaro ou cicatrização conjuntival acentuada, o transplante de conjuntiva não deve ser realizado.

Casos mais difíceis e raros, como os citados anteriormente, podem ser tratados utilizando-se a membrana amniótica humana, obtida de parto cesariano. A membrana amniótica possui propriedades únicas – inclusive antimicrobiana, anti-inflamatória, anticicatricial e antiadesiva – e é considerada uma excelente opção quando não existe área doadora de conjuntiva, apresentando índices igualmente baixos de recidiva do pterígio.

Pode-se obter a membrana amniótica de qualquer parto cesariano desde que haja, comprovadamente, ausência de infecções. O mais indicado, contudo, é adquiri-la de empresa idônea, que garanta a ausência de infecções maternas, como: HIV, hepatite, sífilis e patologias sistêmicas.

Outra técnica cirúrgica de remoção do pterígio que proporciona um bom resultado estético associado a uma taxa de recidiva baixa é a rotação de retalho conjuntival. Nestes casos, a conjuntiva superior é rodada para ocupar o leito do pterígio previamente ressecado.                               
  Fonte: IMO